segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Dia de fúria


Hoje não.

Eu tenho plena consciência de que hoje eu posso estar sofrendo agudamente da ação dos meus hormônios sobre meu humor e minha percepção (vejam, poderia ser pior: eu poderia estar grávida), mas hoje, sim, justamente hoje, decretei que não dá mais.

Se isso me alivia? Não, não me alivia, porque os problemas todos continuarão lá, amanhã – ou hoje ainda, não me deixando dormir ou perturbando meu sono – esperando para serem resolvidos. Acontece que agora eu e meus hormônios destemperados atingimos um limiar. O limiar do “não aguento mais”, do “fundo do poço”, do “saco cheio”.

Sim, problemas existem, todo mundo enfrenta e dizem que não existe felicidade, apenas momentos felizes, e bla bla bla, mas eu acho que deveria haver algum tipo de limite praquilo que a pessoa pode aturar em um mês, ou em uma semana. Uma espécie de cota de perrengue (não tá na moda cota pra tudo? Acho que vou criar minha própria marcha em prol dessas cotas. All in). Várias pessoas me disseram que ninguém recebe um fardo maior do que consegue carregar. Sabe o que eu tenho a dizer a essas pessoas?

BULLSHIT!

Desde quando existe comunismo que funcione? Vai funcionar na divisão de problemas que eu sou capaz de resolver ao mesmo tempo? E quem é capaz de saber se eu tenho musculatura pra absorver tudo isso e mais um pouco? Então se cada um sabe da sua vida, e da minha sei eu, e eu estou falando algo muito, muito sério: CANSEI DESSA MERDA TODA!

Isso sem contar com a cereja do bolo: as pessoas que aparecem (e as que já estavam lá, mas resolvem oportunamente se manifestar nesse momento) com fatos e argumentos e histórias nada razoáveis. Pior aquelas que, além disso tudo, ainda querem me convencer de que não é nada. Não é nada? Então vem aqui, segura minha onda, assume o meu trabalho, escreve minha dissertação do mestrado, paga as minhas contas, tudo isso sem documentos, sem cartões, se recuperando de uma crise de asma, com o pé nas costas, assoviando e chupando cana!!

Em suma:
- preciso levar minha vida adiante, resolver as coisas, porque de mim ninguém tem peninha nem dá desconto;
- eu vou fazer o que tiver que ser feito, o mundo gostando disso ou não;
- se eu não puder, não vou esperar por ninguém;
- se você não vai me ajudar, então faz o favor de não ficar no meu caminho feito um peso de papel.

Quer que eu desenhe? Lá vai: na minha vida, eu preciso muito mais do que gente de boa vontade. Eu preciso de gente com ATITUDE. Senão caímos ad infinitum naquele papo de eu ser um rolo compressor – ou um “trator”, como carinhosamente já fui chamada. Eu não sou nada disso, eu só estou tentando resolver as minhas coisas e cuidar dos meus interesses, porque isso ninguém faz por mim.

Got it?

Ah, e antes que alguém queira ficar ofendidinho, esse desabafo não é indireta pra ninguém específico. Mas se te serviu o chapéu, faça bom uso dele.

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